15 de jul. de 2012

Construção de nova ponte não interfere na qualidade da água do Rio Paraná

Dados da terceira campanha de coleta e análise da água apontam que impactos da obra estão dentro do limite de resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente

O Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura da Universidade Federal do Paraná (ITTI-UFPR), responsável pela série de programas socioambientais que acontecem durante a construção da nova ponte sobre o Rio Paraná, divulgou nesta quarta-feira (11) os resultados da terceira campanha de coleta e análise da água nas proximidades do canteiro de obras, realizada em junho.


O laudo aponta que até a etapa atual da obra não há mudanças na qualidade da água. As amostragens são avaliadas segundo critérios da Resolução 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e levam em conta pH (potencial hidrogeniônico), temperatura, cor, fósforo, nitrato, nitrito, óleos e graxas totais, coliformes, entre outras características.

No total, 12 pontos do rio foram avaliados (quatro em cada margem e o restante na região central do rio). Nos pontos localizados na margem sul-mato-grossense o índice de coliformes está acima do valor considerado como aceitável pela Resolução do Conama, embora esses números não tenham relação com a obra.

“Os níveis elevados são justificados pela existência de uma tubulação com saída de esgoto doméstico diretamente no rio, local bastante próximo de onde foram feitas as coletas. Por se tratar de um canal de acesso à eclusa [da barragem do Jupiá], a velocidade da água no trecho é baixa, dificultando a dispersão dos efluentes, o que mantém a concentração em níveis elevados”, explica o supervisor ambiental do ITTI José Thiago Nogueira.

O supervisor ambiental frisa que a origem do esgoto não tem relação com o canteiro de obras: “As saídas de esgoto do canteiro de obras são ligadas diretamente na rede de esgoto de Três Lagoas, sem gerar impactos diretos ao meio ambiente”.

Já na margem paulista não há nenhum índice acima dos padrões exigidos pelo Conama.

Histórico da qualidade da água no Rio Paraná 

Desde o início da obra que ligará Três Lagoas a Castilho, em junho de 2011, o Instituto monitora a qualidade da água do Rio Paraná. O estudo é parte do Programa de Proteção de Corpos Hídricos, que visa identificar eventuais processos de contaminação e poluição da qualidade da água, a partir da detecção de quaisquer influências em função do empreendimento.

A primeira avaliação foi realizada em junho de 2011, oportunidade na qual foi possível mensurar a qualidade da água antes do início do empreendimento. A partir do estudo foi possível concluir que a qualidade da água estava de acordo com a classe do rio denominada na Resolução do Conama. As demais análises são comparadas com as anteriores para detectar mudanças ou influências negativas na qualidade da água resultantes da construção.

O próximo estudo está previsto para outubro.

Em geral, qualidade da água nos rios do país é baixa 
No último Dia Mundial da Água (22 de março), a Fundação SOS Mata Atlântica divulgou dados alarmantes: de 49 análises de água realizadas em 11 estados brasileiros, nenhum dos rios, córregos e corpos d’água apresentaram nível de qualidade “bom” ou “ótimo” – 75,5% foram classificados como “regular” e 24,5% como “ruim”.

Assim, o papel de programas de gestão ambiental como o que acontece na ponte sobre o Rio Paraná é identificar se a obra está ou não poluindo. Por conta disso, o Instituto exige que a construtora adote medidas para evitar a contaminação do rio, como o controle de vazamento de combustíveis e óleos, além da orientação para os trabalhadores em relação ao descarte correto do lixo.

A obra

A nova ponte terá 1,3 quilômetros de extensão, além dos 6 quilômetros de acessos que a ligarão às cidades de Castilho e Três Lagoas. Pertencente ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a obra teve início em julho de 2011 e deve ser concluída até junho de 2014.

Além do Programa de Proteção de Corpos Hídricos, o ITTI, parceiro do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), executa mais 12 programas socioambientais na obra de construção da ponte sobre o Rio Paraná. Entre eles estão o Programa de Educação Ambiental, Proteção de Flora e Fauna, Segurança e Saúde da Mão de Obra e Controle de Ruídos.

Hendryo André e Débora Lorusso Assessoria de comunicação ITTI – Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (41) 3226-6658 | comunicacao@itti.org.br
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